Homem com esquizofrenia morre baleado por PM após surto durante abordagem no interior do Ceará
Publicada
às

Um homem de 35 anos foi morto a tiros por um policial militar na tarde desta quinta-feira (12), no Bairro Araçá, zona rural do município de Aurora, interior do Ceará. Segundo a Polícia Militar, Paulo Abel Balbino da Silva tentou agredir três agentes do CPRaio (Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas) e tentou tomar a arma de um dos policiais, o que motivou a reação da equipe.
Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que os policiais abordavam dois homens em uma motocicleta, quando Paulo, que não era alvo da ação, se aproximou. Em seguida, segundo a PM, ele tentou agredir os agentes com socos e não recuou mesmo após ser atingido por disparos nas pernas. Um dos tiros foi fatal.
A Polícia afirma que os PMs tentaram evitar o confronto, mas diante da insistência do homem em avançar, foi necessário “uso progressivo da força”. A corporação registrou o ocorrido na Delegacia Municipal de Aurora, e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública do Ceará já abriu investigação administrativa sobre o caso.
Vítima tinha esquizofrenia e estava em tratamento
De acordo com familiares, Paulo era diagnosticado com esquizofrenia, fazia uso de medicamento controlado e era acompanhado por uma unidade do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Segundo o tio da vítima, Ernandes Balbino, Paulo teria saído de casa para comprar um salgadinho em um mercadinho próximo e, ao passar pela abordagem policial, foi advertido por um dos PMs. O familiar afirma que a confusão começou após o policial supostamente dar um tapa na cabeça do sobrinho.
“Eles pediram para ele não passar, mas ele passou. Aí um dos policiais bateu na cabeça dele e ele reagiu. Não era um rapaz de confusão. Foi comprar um lanche e acabou morto”, relatou o tio.
A mãe da vítima, Maria Zuleide Santos Silva, criticou a conduta dos agentes. “Foi muita covardia. Não tinha precisão de atirar. Se ele tivesse feito algo errado, que o algemassem. Ele não estava armado e era só um. Eles eram vários”, lamentou.