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Número de mortes por leptospirose aumenta 125% em um ano no Ceará

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O contato da pele com água suja ou lama alerta para a possibilidade da transmissão da leptospirose, doença transmitida aos seres humanos pela urina de animais portadores de leptospira, principalmente ratos. No Ceará, o número de casos confirmados entre 2017 e outubro desse ano, aumentou 62,9%, passando de 27 para 44. No entanto, o que mais preocupa é o salto no total de mortes nesse período: 125%.

Em 2017, foram registradas quatro óbitos e em 2018, até agora, já são nove. E o mais chama atenção: todas em Fortaleza. As informações são da mais recente Planilha de Doenças de Notificação Compulsória, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa),referentes à Semana 44, de um total de 56 semanas do ano.

No Nordeste, Pernambuco lidera, com 139 casos; o Ceará, em segundo, com 44; e a Bahia, com 40 ocorrências. No Brasil São Paulo soma 317 registros positivos para a doença.

Sintomas

Os sintomas da leptospirose são mal-estar, febre, dor de cabeça e no corpo, principalmente na batata da perna. “Quem apresentar esses sinais deve procurar atendimento médico com urgência para a administração de antibióticos. O período de incubação da doença é de até 30 dias, mas os sintomas podem se manifestar logo nos primeiros dias depois do contato com a água contaminada”, explica o infectologista Anastácio Queiroz.

Os casos leves são tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados.

Durante as enchentes, a urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode propiciar a infecção. Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a doença pelo contato com a urina, sangue, tecidos e órgãos de animais infectados.

A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um médico  e relatar o contato com exposição de risco.

Entre as medidas de prevenção

Obras de saneamento básico (drenagem de águas paradas suspeitas de contaminação, rede de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, desassoreamento, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores;

É importante evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas.

Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).

Solução para limpeza

A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a orientação é diluir um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos;

Controle de roedores - acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.

 

Com informações do Diário do Nordeste.